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terça-feira, 29 de janeiro de 2008




Seguindo com a ambientação desta nova era que acabara de nascer no Brasil republicano, importante lembrar que antes de adentrarmos no século XX, muitas mudanças sociais acabaram por refletir no país. Algumas delas já citamos no post anterior, demonstrando a grande inundação de imigrantes dada a abolição do trabalho escravo e a necessidade de muita mão-de-obra barata para manter o cultivo do café e da cana-de-açúcar.

Mas, mesmo antes da abolição à escravatura e da chegada de tantos imigrantes, um outro movimento social garantiu a prosperidade das culturas de café: a migração de mão-de-obra dos decadentes engenhos do Nordeste para cafezais do Sul e Sudeste. Existem estimativas de que quando cessou o tráfico negreiro, cerca de 800 escravos eram vendidos anualmente por barões nordestinos para fazendas ao sul do país.

Assim, as fazendas produtoras de café mantiveram-se em pleno funcionamento, mesmo durante o período de proibição do tráfico negreiro, e até mesmo depois da assinatura da Lei Áurea, em 1888, alimentada inicialmente por escravos vindos das terras nordestinas, e posteriormente por imigrantes sedentos por trabalho.

A exploração de mão-de-obra tão barata criou grandes fortunas para os poucos senhores, e em 1900 o Brasil atingia a marca de 11 milhões de sacas de café, a maior produção mundial. A excelente produção e os preços animadores do café no exterior não foram os únicos motivos de alegria para os brasileiros. Neste mesmo ano os cafezais asiáticos foram devassados por doenças, e o mercado americano se abria para a entrada do produto brasileiro.

E olha que nem só de café vivia o Brasil! A lista de produtos vendidos ao exterior incluía ainda borracha, fumo, mate, açúcar, algodão, cacau e couro. Mas uma demonstração do reinado absoluto do café é a comparação com o segundo produto mais importante para o Brasil da época: o açúcar.

Em meados de 1830, o açúcar representava 30% das exportações brasileiras, enquanto o café era responsável por pouco mais de 18%. Já em 1900, o café ocupava uma fatia de 51%, e o açucar amargava vergonhoso 1%. Vale lembrar que a balança comercial do início do século XX foi positiva por muitos anos.

Com uma economia navegando em mares tão favoráveis, era de se esperar que tivessem criado algo como o PAC para aquela época, e de fato ocorreu, o que veremos em um próximo texto. O Brasil começava a se modernizar... desde aquele tempo estamos tentando!

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